domingo, 31 de dezembro de 2006

A vida em 30 segundos

Aproveitando o final do ano, aqui está uma animação sobre a vida de um ser humano, contada em apenas 30 segundos!

O ano acabou!

Chegamos ao fim do ano. Hora de repensar atitudes, refletir sobre erros e acertos. Planejar o futuro? Sim, mas não antes de pensar o passado para que os erros já cometidos se repitam. Vamos errar diferente...

sábado, 30 de dezembro de 2006

Orelhões verdes? Nem todos...

Hoje fiquei sabendo que nem todos os orelhões do Estado de São Paulo são verdes. O amigo William Douglas, de Franca, avisou que na região de Franca os orelhões são cinza, quase prata. Por lá o serviço é prestado pela CTBC e não pela Telefonica, detentora dos orelhões verdes.

Então muito cuidado ao utilizar orelhões como ponto de referência :-)

Omissão, irresponsabilidade e desigualdade

Recebi a notícia da onda de violência no Rio de Janeiro com muita tristeza e apreensão. Se esses ataques contra ônibus tivessem ocorrido algumas semanas atrás, a probabilidade de ter sido uma das vítimas era grande, já que ficamos rodando pela Avenida Brasil perdidos...

Já faz muito tempo que a população fluminense sofre com a guerra do tráfico de drogas. O problema é nacional, mas ali está muito mais explosivo do que em outras regiões do país. Na cidade de São Paulo a gravidade não é menor.

Essa situação é a soma da omissão e irresponsabilidade de autoridades. Autoridades dos três poderes, da polícia e da classe consumidora de drogas. Somado a isso está a brutal desigualdade social.

Ao ler a declaração de uma mulher moradora da região da Rua Oscar Freire (rua que abriga inúmeras grifes internacionais) na revista Carta Capital (edição 425, 27/12/2006) dizendo que a administração do Brasil seria melhor se ficasse a cargo dos Estados Unidos, começo a achar que ela está certa. Já estamos bem parecidos com o Iraque...

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Perdidos? Não, fazendo turismo...

Terminando de cumprir a promessa do dia 17 de dezembro, aqui está o relato sobre a viagem ao Rio de Janeiro para conhecer o Projac.

O ponto de partida, mais uma vez, foi a Praça da Paz em Bauru. Marcado para sair às 21 horas da quinta-feira (14/12), o micro-ônibus saiu um pouco antes das 22, graças a algumas pessoas atrasadas (eu, inclusive).

Dessa vez o grupo era formado por alunos do curso de Rádio e TV, Jornalismo e Relações Públicas, além dos professores.

Um dos professores estava em São Paulo, por esse motivo tivemos que fazer um desvio até a Rua Augusta. Movimento intenso, várias garotas de programa sendo abordadas nas calçadas, boates com neons ligados, "Sauna mista", para espanto de um dos colegas. Morador de Santa Cruz do Rio Pardo, ele nunca tinha visto tamanha, digamos, oferta pública de sexo...

Ônibus completo, hora de prosseguir com a viagem. Antes de pegar a Via Dutra, seguimos para uma garagem para o abastecimento do tanque de combustível. Não faço a menor idéia de onde estávamos, mas naquela região São Paulo dorme. Ruas desertas, luzes apagadas, um cenário muito diferente da luminosa Augusta. Exceto pelo andarilho e seu cachorro vasculhando as latas de lixo, nada por ali estava vivo.

Seguimos viagem com a companhia da Lua. O sono foi tomando conta de todos, as conversas silenciaram, o motor do onibus e o ronco de alguém, eram os únicos sons do momento. Demorei para conseguir dormir, mas o cansaço foi maior...

Acordei cedinho, sem ter idéia da localização. Já estávamos no Estado fluminense, pelo menos era o que indicava o orelhão azul, já que os orelhões de São Paulo são verdes. Um pouco mais adiante vejo a placa indicando que estávamos em Resende. O ônibus pára, é hora do café da manhã.

Dali até a cidade do Rio levaríamos umas duas horas. Nenhuma cidade é muito bonita na beira da estrada, Resende não é exceção. Casas em construção, ruas sem asfalto, pó cinzento. Morros ocupados, prédios abandonados. Ao avistar o prédio da Univerdade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) alguém comenta que parece um presídio...

Descemos a Serra das Araras, que apesar do desmatamento, proporciona um visual muito bonito. Depois da serra o cenário não é muito diferente do que vimos em Resende...

Outra parada, dessa vez em um posto de gasolina sinistro. Não é mera gíria da modinha, não. Posto sujo, bombas velhas, calçamento ruim, areia cinza. Um ônibus velho está parado e várias pessoas estão embarcando com sacolas e caixas. Para onde iriam?

Uma viatura policial com o painel todo desmontado passa por nós e pelas pessoas que estão colocando as sacolas no ônibus velho e quase as atropela. Avisto uma placa das Casas Bahia: Bem vindos ao Rio de Janeiro...

Rio, meu amor!

Finalmente chegamos na cidade maravilhosa. Maravilhosa onde? Barracos e mais barracos, prédios abandonados, ruas esburacadas e um trânsito caótico. Aquele amontoado de casas impressiona, mesmo sendo uma imagem tão comum no noticiário da tv.

"Onde está a cidade?", pergunta um amigo de Jaú. A cidade é essa que você vê, isso tudo faz parte dela e é um dos motivos que faz o Rio uma cidade tão peculiar. Se numa região o cenário é esse, em outra como em Jacarepaguá a cena é bem diferente...

Estamos na Avenida Brasil. Apesar do trânsito intenso, percebo que a pista do lado contrário está vazia. Logo adiante entendo o motivo: bloqueio policial. Uma fila imensa de carros aguarda a liberação da pista. Não era nenhum tiroteio, como alguns imaginavam que fosse acontecer. Parece que era transporte de presos.

O ônibus sobe viadutos, continua seguindo em frente e de repente percebo alguns guindastes. Um pouco mais a frente um grande painel faz propaganda do Governo Federal sobre exportação. Estávamos no Porto do Rio, de onde dá para ver a ponte Rio-Niterói bem ao fundo. Porque estamos no porto?

Viadutos, acessos, avenidas, buzinas, carros... e mais carros... para onde estamos indo? O Projac fica nessa direção? Vejo um relógio no topo de uma torre. É a Central do Brasil. O ônibus pára em um posto de gasolina, esse não era sinistro. O motorista não sabe chegar até o Projac...

Em pouco tempo nossa dupla de motoristas foi apelidada de Tico e Teco... acho que não preciso explicar o motivo, preciso?

Ligações furiosas para a empresa de turismo, ansiedade, informações desencontradas. Meia hora esperando uma solução. Avisto um ônibus circular com a placa PROJAC. Vamos seguir o ônibus! Não foi uma boa idéia...

De repente a professora chega com a salvação: um taxista propôs fazer a corrida até Jacarepaguá por R$ 53,00. Tínhamos alguma outra alternativa? Não...

O Santana amarelo foi nosso guia. E a paisagem na janela do ônibus era familiar: viadutos, a ponte, o porto... estávamos fazendo o caminho de volta...

Rodamos... rodamos... e eis que surge o Estádio Olímpico para o Pan 2007. O calor estava insuportável, nem parecia existir ar-condicionado. Prédios, morros, barracos e pedágio. A fila era longa e eu nunca tinha visto um pedágio dentro da área urbana como aquele. Eram tantos carros, que as funcionárias faziam a cobrança ao longo da fila para que ninguém ficasse parado na cabine de cobrança.

Continuamos seguindo o táxi e o cenário começava a mudar. Os morros estão mais distantes da avenida, muitos terrenos vazios e praticamente nenhum barraco. Um conjunto de prédios coloridos é a Vila do Pan. Estávamos em Jacarepaguá!

Bom, agora só falta encontrar o Projac. Onde fica? Ninguém sabe informar e não há placas indicando o caminho. Damos duas voltas na Avenida Ayrton Senna até que a Angélica, uma das alunas que estava com a professora no táxi reconhece o motorista de uma caminhote parada no semáforo.

"Ei, onde fica o Projac??". O motorista abaixou o vidro e indicou o caminho. Angélica não deixou de aproveitar o momento para tirar fotos do nosso guia famoso. Quem era? O ator Ângelo Antonio, o pai dos dois filhos de Francisco...

Seguindo o caminho indicado pelo ator finalmente avistamos os prédios do Projac. Ainda teríamos uma longa avenida para seguir até chegar na portaria.

Duas horas da tarde. Chegamos! A portaria já estava avisada sobre a nossa chegada e a relações públicas nos aguardava no carrinho. O taxista se despede com o dia de trabalho garantido. Acredito que se ele tivesse ligado o taxímetro, a conta seria bem maior.

Saímos do Projac por volta das quatro da tarde. Voltar para casa? Não! Começa a discussão do roteiro a ser seguido. Praia? Cristo? Shopping? Depois de muita conversa e alguns "bicos" contrariados fica decidido irmos para Copacabana.

O tour rodoviário feito no centro da cidade agora é pelo bairro emergente da Barra da Tijuca, o bairro dos novos ricos. Passamos por vários shoppings centers, inclusive por um famoso por ter uma réplica da Estátua da Liberdade na fachada. A Barra não é glamurosa como Ipanema, Leblon ou Copacabana. Praticamente não há morros ocupados por favelas.

Passamos por túneis e alguém me pergunta se foi naquele que teve um tiroteio outro dia. São milhares de túneis, não sei se foi em algum desses. Avistamos o Vidigal, passamos por Leblon (não vi Helena passeando com Clarinha), Ipanema e Copacabana.

Uma parte do grupo decidiu ir para a praia e o restante decidiu ir para o Forte de Copacabana. O Forte é uma construção militar que fica no final da Avenida Atlântica, foi construído em 1908 e atualmente abriga o Museu Histórico do Exército e uma loja da Confeitaria Colombo. A Confeitaria criada em 1894 é ponto de referência histórico na cidade. Optei por seguir o grupo que foi para o Forte.

Sentamos nas cadeiras ao ar livre e a vista da praia daquele ponto é privilegiada. Enquanto a água do mar bate nas pedras, é possível contemplar toda a praia, avistar o tradicional Copacabana Palace, o Pão de Açúcar e seus bondinhos e a imensidão do Atlântico. Nesse momento entendi onde estava a "maravilhosa" cidade.

Hora de ir embora para a Lagoa Rodrigo de Freitas. O céu está claro, e as luzes da árvore de natal da Lagoa estavam apagadas. Enquanto as pessoas caminhavam ou pedalavam ao redor da lagoa, nós tirávamos fotos. A noite foi chegando e pudemos admirar a beleza da árvore iluminada e tirar mais fotos, claro.

Saímos da Lagoa por volta das nove da noite. O vento forte trazia chuva e ela caiu sem piedade. Ficamos três horas tentando sair da cidade. A chuva caiu e parou e ainda estávamos parados. Os táxis ficaram estacionados na avenida e quem estava nos circulares desceu e seguiu o caminho a pé.

O Rio foi ficando para trás, ainda enfrentaríamos trânsito lento na Via Dutra por causa de um acidente e obras na saída de São Paulo. Chegamos em Bauru por volta das duas e meia da tarde, exaustos e quadrados de tanto ficar sentado.

Teve gente que achou que veria tiros ou seria assaltado. Voltou fazendo juras. Rio, meu amor!

domingo, 24 de dezembro de 2006

A CGP vista do alto



Essa imagem é do Google Maps e mostra apenas parte da área ocupada pela Central Globo de Produção. A linha branca marca, de maneira aproximada, os prédios que fazem parte do complexo. Para ver com mais detalhes e recursos, clique aqui.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

A visita...Parte 1

Como prometido, aqui está o relato sobre a visita ao Projac da TV Globo...

Chegamos por volta das 14h ao Projac. Oficialmente o Projac é a Central Globo de Produção (CGP). O apelido ficou porque o projeto da nova central era Projeto Jacarepagua. A CGP ocupa uma área de 1.650.000 m², sendo 156.600 m² de área construída. O restante é ocupado por vegetação da Mata Atlântica.

Toda a energia elétrica consumida é produzida pela usina de co-geração movida a gás natural. O esgoto é tratado por uma estação própria de tratamento de água. Diria que é uma mini-cidade dentro do Rio de Janeiro.

A relações públicas aguardava-nos na portaria em seu carrinho elétrico. Em virtude do tamanho, todos os trajetos entre os prédios da CGP são realizados com carrinhos elétricos, do tipo usado em campos de golfe. Cada um tem função específica, como transporte de cenário, figurino, artistas...

Primeira recomendação aos visitantes: não tirem fotos dos artistas! Fotos são permitidas desde que não sejam das áreas de criação e das "estrelas" da casa. Pode fotografar os cenários montados. Não pode sentar, tocar, mexer, deitar sobre qualquer objeto de cena. Importante: "Não abordem os artistas! A menos que eles conversem com vocês..."

Tudo bem, vamos lá...Primeiro estúdio visitado foi o D, onde são gravados as cenas de Páginas da Vida. Os cenários estavam praticamente montados, sendo ajustados alguns detalhes e a pintura. Tudo foi montado na parte da manhã para que as gravações pudessem acontecer no período da tarde, podendo prolongar-se até a noite. No final da gravação tudo é desmontado. No dia seguinte são montados outros cenários...

O ritual acontece diariamente (eventualmente aos sábados) e em pelo menos 3 estúdios.

Ao todo a CGP possui 10 estúdios, 26 câmeras, 6 salas de controle de estúdio...Dois estúdios foram projetados para abrigar programas ao vivo, como Faustão e Caldeirão do Huck. Os quatro maiores são exclusivos para as novelas, podendo ser usados para outros programas caso estejam livres.

Depois de visitar o estúdio seguimos para os camarins. "Não tirem fotos, pode ter algum artis...", ops, tarde demais. Quem estava com máquina fotográfica não deixou escapar nada...

Cada um dos 4 estúdios possuem camarins exclusivos. Em virtude do rodízio de gravações, existe uma planilha com o horário de maquiagem de cada ator.

Continua no próximo post...

A visita...Parte 2

As novelas são gravadas de forma industrial. São produzidas 3 novelas ao mesmo tempo, além dos outros programas de entretenimento. Todas as paredes que formam os cenários são produzidas por uma empresa terceirizada. Na área de criação, os profissionais da Globo finalizam a peça conforme definido na caracterização dos programas. Árvores crescem, quartos vão surgindo e de repente uma casa completa está pronta para ser usada por algum Tarcísio Meira...

Tudo é transportado pelos carrinhos elétricos. Entre os estúdios e a área de criação existe um corredor de 300 metros. Figurinos, artistas, paredes, tudo é levado pelos carrinhos. Para manter o transito em ordem, cada um é emplacado e tem seu uso exclusivo de acordo com a área.

Depois de conhecer os estúdios, depósito e área de caracterização de cenários era hora de fazer um lanchinho...

Seguimos para a sala de reuniões. Lá foram apresentados os números da Central. Na parede uma foto área dá dimensão do que é tudo aquilo. Todos os prédios que compõe a CGP estão construídos sob o pé de uma serra. Inaugurado em outubro de 95, o Projac conseguiu otimizar os custos de produção da emissora. Antes dele a produção acontecia de forma descentralizada, com estúdios espalhados pela cidade do Rio de Janeiro. Com a centralização, a Globo consegue produzir 50% a mais do que produzia antes com praticamente os mesmos custos.

Fim da apresentação e do lanche, hora de conhecer a cidade cenográfica...

No percurso encontramos alguns figurantes usando roupa de época, talvez para a gravação de Amazônia ou O Profeta. Sob o sol de 38º eles deviam estar derretendo.

A cidade cenográfica, diria um dos meus professores da faculdade, é um simulacro...

Olhando parece um bairro do subúrbio do Rio, mas na verdade é o quarteirão onde mora Lineu Silva e a Grande Família. Parece tudo real, mas não é. As casas são apenas fachadas, até existe a área interna delas, mas não é ali que os atores gravam as cenas internas. No caso de A Grande Família, as cenas da Pastelaria do Beiçola são todas gravadas ali, pois a pastelaria possui todos os objetos e a decoração.

Com a fome que todos estavam sentindo, um pastel ia cair bem...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Enquanto isso...


Estou terminando de resolver alguns problemas com o meu computador, por isso não postei o relato sobre a visita ao Projac. Enquanto isso vou postar uma foto tirada no dia 14 de maio de 2006, no pátio do Sesc em Bauru.

domingo, 17 de dezembro de 2006

A gente se vê por aqui - Parte 2

Depois de conhecer a TV Globo São Paulo, chegou a vez de conhecer a Central Globo de Produção (CGP) no Rio de Janeiro. A CGP é mais conhecida por PROJAC: Projeto Jacarepaguá. É lá que as novelas da TV Globo são produzidas, assim como alguns programas de entretenimento da emissora.

A viagem merece ser contada em duas partes: uma sobre a viagem em si e outra sobre a visita. Vou começar pela visita, pois a viagem merece um post especial...

A Lua...

Nunca pensei que veria a mais bela imagem da Lua em plena cidade de São Paulo, conhecida pelo trânsito caótico e pela poluição.

Eu estava indo ao Rio de Janeiro e seguindo pela Marginal Tietê sou surpreendido pela beleza da Lua. Imensa, dourada, não sei se era minguante ou crescente. Só sei que o céu estava claro, nenhuma nuvem e nenhum arranha-céu foi suficiente para esconder aquela imagem.

Infelizmente não tinha nenhuma filmadora ou máquina fotográfica para registrar aquele momento, apenas meus olhos míopes e meus óculos...