sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vergonha alheia


"Situação da educação é vexatória; me envergonho" - essa foi a manchete da entrevista concedida pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, para a Folha desta sexta. Quem lê a entrevista fica com a sensação de que o foco não era educação.

No site do jornal, a manchete destacou outra frase do entrevistado: "Discurso contra privatização tucana é bobagem", disse Cabral.

O que é mais importante: o reconhecimento do governador sobre a sua falha em gerir a educação estadual ou sua opinião pessoal sobre a política e as privatizações? Para a Folha, o foco era a defesa das privatizações.

Após responder sobre a avaliação do governo Dilma, o governador foi perguntado 'sobre impacto desse "Privataria Tucana" [livro que trata de supostos desvios de recursos durante privatizações do governo FHC]?' Pela pergunta, já dá para perceber como o jornal trata o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

Com passagem pelo PSDB, Cabral defendeu as privatizações. Depois falou para os planos para 2014, suas relações com empresários, a política para a segurança pública...

Sobre educação, respondeu uma única pergunta colocada no fim da entrevista. Disse que errou no primeiro mandato, mas que o secretário de educação está fazendo um trabalho emocionante. Que trabalho é esse? Não temos resposta.

O governador afirmou ainda que seu compromisso é estar entre os cinco primeiros do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Atualmente o Rio está na penúltima colocação. O que será feito para atingir esse objetivo? Também não temos resposta.

E assim termina a entrevista... sem respostas sobre como o Rio vai sair da situação da qual o próprio governador se diz envergonhado. Mas já sabemos quem serão os candidatos de Cabral para 2012 e 2014.



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Na dúvida, não faça download

As últimas notícias sobre (supostos) vazamentos de informações, roubados por grupos de hackers, tem ocupado boa parte dos portais e jornais brasileiros. Possivelmente será a próxima capa de Veja, Época e/ou Isto É.


Será que descobriram minha senha? E se alguém invandir minha conta do banco? Descobriram até os dados da presidente, e agora???


Entendo que esses fatos mexem com o imaginário da população acostumada a fazer seu post diário no orkut, facebook ou twitter, pagam suas contas ou fazem compras pela internet. No entanto, muita coisa precisa ser esclarecida.


Primeiro é preciso ter a clareza sobre a diferença entre derrubar (tirar do ar) um site e invadí-lo. Sobrecarregar um site de acessos simultâneos não é a tarefa mais difícil do mundo, muito menos novidade desde que a internet foi criada.


Com uma rápida consulta ao Wikipedia é possível saber que uma das ferramentas criadas para isso surgiu em 1998.


Yahoo!, Amazon.com, e tantos outros sites foram derrubados com a mesma técnica. O que mudou para os ataques recentes?


Aparentemente não há novidade, pois a técnica é a mesma e os objetivos também.


Ok, derrubaram o site e divulgaram vários dados sigilosos. Eram realmente sigilosos? Foram de fato extraídos de sistemas invadidos?


A lógica para uma invasão de sistemas é exatamente a mesma para o roubo de um carro ou de uma casa: a vítima é sempre a com maior potencial de vulnerabilidade. Isso inclui o uso de senhas fáceis, uso inadequado das ferramentas de proteção, não configuração de sistemas de segurança...a lista é grande.


No entanto, antes de imaginar uma espetacular invasão aos sistemas da Presidência da República ou da Receita Federal, cabe a pergunta: qual é a fonte dos dados?


Obter o CPF, nome completo e endereço é uma tarefa simples. Alguém lembra da história de vazamento de dados de certos candidatos durante as eleições? Na época foi especulado que funcionários de uma delegacia da Receita Federal tinha divulgado os dados. Alguém sabe como terminou a investigação sobre isso? Se alguém souber, me conte.


Relembrei esse episódio para falar do item mais frágil de qualquer sistema: o usuário. Os dados que supostamente foram obtidos por uma invasão podem ter sido simplesmente obtidos com funcionários ou prestadores de serviço com acesso a eles. Simples assim.


Ninguém precisou invandir a conta do caseiro Francenildo para conseguir o extrato. Bastou conversar com quem tinha acesso ao sistema.


Para quem não quiser gastar muito tem a opção de conseguir milhares de informações em cds vendidos na região de Santa Efigênia no centro de São Paulo.


O que mais me chamou nessa história toda foi o fato das pessoas baixarem os arquivos com os dados. E sites oferecendo a opção de consultar se a sua conta de e-mail foi uma das contempladas. Ninguém pensou, por um único instante, que esses arquivos poderiam estar infectados com vírus? Ou com algum worm para usar o seu computador em mais um dos utilizados para sobrecarregar os sites com acessos simultâneos?


A forma mais utilizada para roubar senhas é o envio de e-mails chamativos para baixar arquivos fofos ou pornográficos. O jeito mais elementar de conseguir roubar uma informação continua fazendo vitimas e o que mais me impressiona é o quanto as pessoas estão despreparadas para lidar com isso.


Em março de 2000 um artigo publicado no Terra falava que ninguém estava 100% seguro na rede e tirando o fato dele falar em Windows 98 e ICQ, as dicas para evitar problemas continuam sendo válidas. Na dúvida, não faça download.



sábado, 18 de dezembro de 2010

É muito brega sair em coluna social todo dia

Uma senhora estava acompanhada da filha no saguão de embarque de um aeroporto. Estava com colares, brincos grandes, roupa extravagante, uma produção digna de "perua". A filha estava igualmente produzida, mas em um estilo mais comportado, tipo "patricinha".

As duas conversavam sobre uma outra moça que estava do outro lado do saguão. A senhora criticou a mãe da moça, sobre a aparência dela e o modo de vestir. Em certa altura disse: "vive de aparência, faz de tudo para sair em coluna social. É muito brega sair em coluna social todo dia..."

Pouco tempo depois, as duas estavam conversando com a moça cuja mãe era brega. "Ah, mas que ótimo te rever, como está sua mãe?", perguntou a senhora.

A moça respondeu que estava tudo bem e antes de completar a frase foi interrompida. "Nossas famílias eram muito próximas, passamos muitos natais juntos. Vocês eram pequenas, não vão se lembrar", disse a senhora.

E assim, aquela que era brega logo se transformou em amiga de longa data...

Apenas uma pizza

Estava com vontade de comer pizza, mas com preguiça de sair de casa. Solução: pedir pelo telefone!

O diálogo a seguir foi real, juro.

- Pizzaria Carioca, boa noite
- Oi, eu queria fazer um pedido
- Você ligou para a pizzaria, senhor
- Eh... então... não é aí que eu peço uma pizza?
- Não. O senhor precisa ligar no delivery
- Ah... sei... obrigado

Sempre pensei que pizzas eram pedidas em pizzarias...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cenas cotidianas

Da mesma maneira que pretendo colocar alguns trechos de conversas alheias, também colocarei cenas cotidianas, imagens de lugares ou pessoas que de uma forma ou de outra me chamaram a atenção e tive a chance de fotografar. Porém, a primeira foto da série não é minha.

A cena foi flagrada semana passada na Avenida Chile, centro do Rio de Janeiro por Juliana Seelinger.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagou Bauru!

A edição de hoje do Jornal da Cidade de Bauru foi sensacional. Merece prêmio de capa histórica. Talvez tenha sido a edição que mais fez jus ao slogan do jornal "o melhor jornal do nosso mundo".



Embora eu esteja ironizando, o jornal publicou uma reportagem relembrando o blecaute de 1999. Diz o texto:

"Estudo do Inpe divulgado pelo JC neste ano desmente a versão divulgada pelas autoridades do setor elétrico na época do blecaute, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para chegar a essa conclusão, o Inpe usou um programa que indica a probabilidade de um raio não-identificado pela rede nacional que detecta esses fenômenos ter ocorrido em local e horário determinados.

Após analisar os dados meteorológicos do dia do blecaute (11 de março de 1999), o programa mostrou ser zero a chance de um raio ter atingido a região. O ministro de Minas e Energia na época do blecaute, Rodolpho Tourinho, minimizou as conclusões do estudo. “O importante era detectar as causas e tomar providências. Isso foi feito”. Ele negou que o governo tenha mentido. Disse que a informação sobre o raio partiu do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O órgão e o ministério não comentaram o estudo."
(Leia a íntegra aqui)

Interessante a fala do ex-ministro: "o importante era detectar as causas e tomar providências. Isso foi feito". Sem dúvida reestabelecer o fornecimento é a coisa mais importante quando está na escuridão, mas depois é preciso saber as causas... ou não?

O estudo do INPE foi divulgado dez anos depois do blecaute e é enfático, não houve raio. Portanto a pergunta "o que provocou o blecaute?" permanece sem resposta.

É possível rever a entrevista coletiva com o ministro de Minas e Energia da época. Ele disse: "(...)a queda de um deles, a queda de um raio na subestação".

Pelo menos desta vez já se sabe que mais de 70 raios cairam na região de Itaberá (SP), local apontado pelas autoridades como a área onde as linhas de transmissão cairam. No entanto, continuamos sem saber o que provocou a queda do sistema. Será que em 2019 saberemos a resposta?


* embora escura, minha foto foi publicada na galeria do Vc no G1 :-)

Urubuzada

Sábado de sol, com os termômetros marcando 38ºC. Muitas pessoas circulando pelas ruas, ônibus cheios, metrô lotado. Muitos indo em busca da praia.

Enquanto isso, em um restaurante comum, um casal de velhinhos aguardam a chegada de duas amigas.

As amigas chegam revoltadas:

- Vocês demoraram, o que aconteceu? - pergunta o senhor que aparentava 80 anos

- A cidade tá um inferno, a urubuzada toda desceu...

Por alguns instantes interrompi meu almoço e me perguntei se realmente ouvi a expressão "urubuzada"...

O que fazer quando não tem energia elétrica?

Faz aproximadamente duas horas e meia que a energia elétrica acabou por aqui.

Até tentei atualizar o post original, mas a bateria do notebook acabou antes que eu pudesse clicar em enviar.

Restou postar pelo telefone celular. Um tarefa um pouco trabalhosa, mas divertida já que não tenho outra coisa a fazer...

A falta de energia aconteceu por problemas nas linhas de transmissão em Itaipu. O ministro de Minas e Energia Edison Lobão disse que a usina foi desligada.

O Paraguai também foi afetado, mas ficou apenas meia hora sem energia. Parece que o estado mais atingido foi o Rio de Janeiro.

Se não me engano o último blecaute de grande proporção como este aconteceu em 1999. Na época disseram que a causa foi queda de um raio em uma subestação na cidade de Bauru (SP). Ninguém na cidade engoliu a explicação e há quem afirme que nenhum raio caiu ali naquela noite.

Vamos aguardam a divulgação das causas. Espero que Bauru não tenha nada a ver com isso desta vez...

* até o momento da publicação do post a Lapa continuava no escuro, sem necessariamente estar em silêncio :-)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lapa no escuro

A energia elétrica caiu por volta das 22h de hoje na Lapa, bairro da região central do Rio de Janeiro. Em quatro meses que moro aqui, esta é a terceira vez que falta energia. No entanto, desta vez foi um pouco diferente...

O blecaute atingiu não só a Lapa, como praticamente toda a cidade. E não apenas o Rio de Janeiro, mas São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Vitória. Falta energia também em Bauru, interior de São Paulo...

A cada momento que eu abro a primeira página do G1 eles alteram a manchete indicando mais um estado atingido pelo blecaute...

Manchete do G1: Blecaute afeta SP, RJ, MG, DF, ES e PE

Enquanto isso, no Terra: Apagão atinge SP, MG, MT, Rio e GO

Até tentei registrar a situação, mas sabe como é, sem luz não tem foto :-)

Despejando a sogra...

Sexta-feira, 2 de outubro de 2009. Dia do anúncio da cidade escolhida para a sede das olimpíadas 2016. O Rio de Janeiro vence a disputa e eu ouço o seguinte diálogo no banheiro, enquanto escovo os dentes:

- Será que vai ser bom?

- Não sei, mas eu tava pensando... Vou alugar o apartamento da minha sogra. Ela mora perto do Engenhão*...



* Estádio João Havelange construído para os jogos Panamericanos de 2007. Fica no bairro de Engenho de Dentro , zona norte do Rio de Janeiro.