segunda-feira, 28 de maio de 2007

Faltou um pequeno detalhe...

Entre todos os sites que visitei buscando informações sobre o fim das transmissões da RCTV, apenas 2 trouxeram dados referentes a punições sofridas pela emissora antes do governo Chavez.

Com informações da Agência Telam, a Agência Brasil da Radiobrás informa que "a RCTV é o canal de tevê com maior quantidade de infrações e suspensões de transmissão entre 1976 e 1989, todas realizadas por governos anteriores à administração Chávez. Em 1976, durante a gestão de Carlos Andrés Pérez, ficou fora do ar por três dias por difundir notícias consideradas falsas e tendenciosas. Em outra oportunidade, o então presidente Luis Herra Campis a fechou por 36 horas por programação “sensacionalista". O mesmo presidente, em 1981, repetiu a atitude por 24 horas, por transmissão de cenas tidas como pornográficas."

Outro site que noticiou as suspensões da RCTV foi o Último Segundo do iG, com informações da AFP em matéria complementar sobre o encerramento das transmissões.

Todos os outros sites, mesmo entre aqueles que utilizaram as informações da AFP, não mencionam uma única linha sobre as sanções sofridas pela emissora anteriormente. Entre os portais pesquisados estão Terra, Uol, Folha, BBC Brasil, O Globo, G1, Estadão, Reuters e CNN.

Ficar fora do ar por 36 horas por programação sensacionalista é um mero detalhe, e já faz tanto tempo...

Neste momento a RCTV deixa de transmitir em sinal aberto. Segundo a estatal VTV, a RCTV deverá voltar a transmitir no dia 1º de junho como canal a cabo. A nova tv já está no ar.

A presidente da TVes, Lil Rodríguez, em discurso no início das transmissões da nova emissora.

domingo, 27 de maio de 2007

E se fosse a Globo?

O fim da concessão da emissora de tv privada mais antiga e de maior audiência da Venezuela, sob o argumento de que ela participou de um golpe de Estado e "fez muitos danos ao país durante muito tempo: os valores negativos, o bombardeio midiático de violência, o ódio, o racismo, o sexo mal visto e mal entendido, o desrespeito à mulher, aos meninos, às meninas, o desrespeito às muitas manifestações da vida social, aos homossexuais, ao país e ao mundo e às pessoas que tem alguma deficiência", segundo o presidente Hugo Chavez, me fez pensar como seria no Brasil.

Imagine que o governo Lula não renove a concessão da TV Globo. Impossível? Imagine que daqui 5 meses, William Bonner e Fátima Bernardes não dirão "Boa noite". Não teremos Paraíso Tropical, nem Malhação, nada de Jornal Hoje ou Ana Maria Braga. Xuxa estará com Sasha e Angélica e Luciano Huck cuidando do Joaquim, já que nem Video Show ou Caldeirão estarão na telinha...

É mais ou menos isso que está acontecendo na Venezuela. Chavez prometeu não renovar a concessão da RCTV em dezembro do ano passado. Foram 5 meses de uma batalha judicial e midiática, de proporção mundial (pelo menos no mundo ocidental, já que União Européia, Organização dos Repórteres sem fronteiras, Organização dos Estados Americanos se manifestaram contra a decisão).

O mais curioso foi a fala de uma dona de casa para o repórter da BBC: "Por que vão me tirar as minhas novelas? Porque Hugo Chávez quer?", disse enquanto participava de uma manifestação a favor da emissora.

Uma pesquisa apontou que 70% dos venezuelanos são contra o fechamento do canal. Para o diretor da Datanalisis, instituto de pesquisas de opinião, "O que as pessoas dizem é que não vão mais poder assistir a uma telenovela da RCTV, ou ver a Rádio Rochela, que é o programa de humor mais clássico da Venezuela, o ao programa Quem Quer Ser Milionário". Enquanto isso, o índice de aprovação de Chavez é de 64,%.

TV Pública ou TV Estatal?

O que diferencia uma emissora de tv pública de uma emissora estatal? As duas são a mesma coisa?

Em teste, a tv pública deve ser independente, possuir autonomia para definir seu orçamento e linha editorial com base no interesse público e na promoção dos direitos humanos, educação e diversidade cultural, sem sofrer influência de empresas ou partidos políticos.

Já uma emissora estatal terá sua linha editorial definida por quem ocupa o governo ou o partido majoritário. Também promoverá ações de cunho social, cultural e educativo, mas sobretudo será utilizada para mostrar as ações do governo.

Com o fim da concessão da RCTV, Hugo Chavez pretende utilizar o Canal 2 para colocar no ar a emissora pública TVes, Televisora Venezolana Social. A nova emissora utilizará os mesmos equipamentos da RCTV para as transmissões iniciais, incluindo antenas e transmissores conforme decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela.

A VTV, Venezolana de Televisión, canal estatal que chegou a ser tirado do ar quando Chavez sofreu tentativa de golpe de Estado em 2002, exibiu as primeiras imagens que devem ir ao ar assim que a TVes começar a operar.



Um coração que grita

O vídeo foi lançado em março para as comemorações dos 53 anos de fundação da RCTV, Rádio Caracas Television. A emissora deverá sair do ar hoje a noite, em polêmica decisão do governo Hugo Chavez de não renovar a concessão da emissora.


Acessar o site da RCTV está complicado, uma vez que há uma grande quantidade de acessos sobrecarregando o servidor. A emissora colocou músicas evocando a liberdade para serem usados como tom de celular, além da canção Un corazón que grita. Durante o dia de hoje foi exibido o especial "Un amigo es para siempre", com a trajetória da emissora.


Logo abaixo está a marcha promovida para protestar contra a decisão de Chavez. As imagens foram feitas pela própria RCTV no dia 21 de abril.

Javali e blogs

Duas notícias sobre relação de trabalho, publicadas no Invertia, me chamaram a atenção.

A primeira delas, publicada em fevereiro, informa sobre uma ação movida por um ex-empregado contra a Ferroban (Ferrovias Bandeirantes). Na ação por danos morais, o ex-empregado pediu indenização porque foi apelidado por colegas de trabalho como "peixe morto" e "javali". A expressão javali, segundo o site, seria "aquele que já valeu alguma coisa para a empresa".

O funcionário entrou na empresa em 1973, exercendo diferentes funções até 2000, quando foi rebaixado. Pressionado pela Ferroban a participar do Plano de Demissão Voluntária (PDV), ele não aceitou a proposta e a partir de então passou a ser ridicularizado, ficando inclusive sob licença remunerada. Em 2002, se desligou da empresa.

O Tribunal Superior do Trabalho deu ganho de causa ao ex-empregado, que receberá uma indenização de R$ 84 mil.

A Ferroban foi vencedora do leilão da antiga Fepasa (Ferrovia Paulista) e atualmente faz parte do grupo Brasil Ferrovias.

Já a segunda notícia, publicada na sexta 25, informa que comentários maldosos, agressivos ou revelação de segredos sobre a empresa em que trabalha pode justificar a demissão do funcionário.

A consultoria Croner, da Grã-Bretanha, fez o alerta depois de ouvir 2 mil pessoas que mantém blogs ou diários na Internet. A pesquisa revelou que 39% dos entrevistados fazem comentários maldosos sobre o trabalho.

sábado, 19 de maio de 2007

Quem sabe ano que vem...

Ao contrário do que imaginei, a procura pelos ingressos da Virada Cultural foi muito grande. Todos estavam esgotados e fui obrigado a voltar pra casa...

Será que a fome cultural está muito grande? Ou os espaços são pequenos demais?

Enfim, quem sabe ano que vem dê certo...

Maratona Cultural

Hoje e amanhã, Bauru e mais 9 cidades do Estado de São Paulo vão receber o projeto "Virada Cultural Paulista 2007".

A abertura oficial será às 18h no Parque Vitória Régia. Logo em seguida, às 18h30, o sambista Monarco e o grupo Samba Rahro se apresentam no parque.

Vários espaços da cidade serão utilizados para as apresentações. Além do Vitória Régia, a praça Rui Barbosa, o Teatro Municipal, a Estação Ferroviária e o SESC fazem parte do roteiro de quem quer ouvir música, assistir peças de teatro e cinema, entre outras atividades. A programação completa está disponível no site da Secretaria Estadual de Cultura.

Eu pretendo acompanhar 5 apresentações de hoje, começando pelo espetáculo "Lorca" no Teatro Municipal e terminando a maratona às 3h com o show da cantora Céu. Todas as apresentações serão gratuitas, exceto as do SESC, cujo ingresso mais caro deve custar em torno de R$ 8,00. Apesar de integrar a programação da Virada, o SESC não recebeu patrocínio da Secretaria.

sábado, 12 de maio de 2007

Reitoria da USP permanece ocupada

A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) está ocupada por estudantes desde o dia 3 de maio. Os estudantes fazem uma série de reivindicações, entre elas a reforma de prédios, ampliação no número de vagas das moradias estudantis e contratação de professores.

Os estudantes criaram um blog para divulgar os últimos acontecimentos e o andamento das negociações.

Midiatrix

Encontrei esse vídeo no site http://leonildoc.orgfree.com. Achei a idéia genial, mas infelizmente não sei quem é o verdadeiro autor. Apesar do nome aparecer nos créditos finais, não há como garantir que outra pessoa tenha editado os créditos...

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Uma privatização a menos...ou não?

O Banco do Brasil (BB) e o Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) comunicaram que a Secretaria do Tesouro Nacional estuda a incorporação do banco catarinense ao BB.

Federalizado em 1999, o Besc é um dos poucos bancos estatais remanescentes da era FHC. Assim como o Banespa, privatizado em 2000, o Besc deveria ser vendido, mas ao que tudo indica ele será incorporado ao Banco do Brasil.

O anúncio feito pelos bancos não dá detalhes de como será a operação, uma vez que esses dados estão sob responsabilidade do Tesouro Nacional. No entanto, manter o Besc como banco público fazendo parte do BB não significa ter práticas diferentes dos bancos privados.

Em nota publicada no dia 7 de maio, o banco anuncia medidas como "Aperfeiçoamento do modelo de gestão" e "Centralização dos processos de suporte operacional, com racionalização de recursos de infra-estrutura e logística". Na prática, isso significa o fechamento de departamentos e realocação de funcionários, incluindo programas de "afastamento voluntário ou aposentadoria antecipada".

Os resultados financeiros apresentados pelo banco está entre um dos melhores do sistema financeiro e isso se reflete na valorização das ações, hoje cotadas acima dos R$ 70,00. Até o ano passado, quando o BB passou a fazer parte do Novo Mercado da Bovespa, as ações eram vendidas por volta de R$ 50,00.

Fazer parte do Novo Mercado é sinal de que a gestão do banco é profissional, adotando práticas de transparência aos investidores e diminuindo as ingerências políticas. E aí cabe alguns questionamentos:

- o Banco do Brasil está vivendo um novo paradigma das empresas estatais, sendo gerida sem interferência política, apresentando lucros e fazendo cair por terra a teoria neoliberal de que estatais devem ser vendidas, pois trazem prejuízos, são fontes de corrupção e interferem no mercado?

ou

- adotar a mesma política dos bancos privados seria uma preparação para a privatização?

e ainda:

- qual é o papel que deve ser desempenhado por um banco público, mas comprometido com a iniciativa privada?

Além do Besc, ainda permanecem como bancos estaduais o Banrisul (RS), Banestes (ES), BASA (AM, também federalizado) e Banpará (PA). O restante foi incorporado por Bradesco, Itaú, Real ABN, Santander...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Liberdade de Imprensa piora no Brasil

A organização não-governamental Freedom House, fundada em 1941 nos Estados Unidos, divulgou hoje o relatório sobre liberdade de imprensa em 195 países.

Para avaliar o grau de liberdade, a Freedom House estabeleceu uma pontuação que varia de 0 (mais livre) a 100 (menos livre) e três classificações: livre, parcialmente livre e não-livre.

Segundo o critério da ONG, a Finlândia seria o país com maior liberdade de imprensa totalizando 9 pontos. Em último lugar está a Coréia do Norte, com 97 pontos. Dos 195 países estudados, 38% foram considerados livres. Parcialmente livres correspondem a 30% e os não-livres, 32%.

O Brasil atingiu 42 pontos, sendo classificado com parcialmente livre. A ONG atribui a piora do país, que no ano passado tinha 39 pontos, ao aumento da criminalidade. Apesar de ter pontuação pior que a da Bolívia e do Ecuador, o Brasil está a frente da Argentina, México e Colombia.

Entre os países da América do Sul, apenas Chile, Uruguai, Guiana, Guiana Francesa e Suriname figuram como livres. Já a Venezuela foi considerada como país de imprensa controlada. A polêmica disputa entre a RCTV, grupo de mídia privado, e o governo de Hugo Chavéz com certeza tiveram grande peso na pontuação. Países como o Iraque e Afeganistão, apesar de também serem considerados não-livres, estão melhores classificados do que a Venezuela.

O relatório completo, gráficos e o histórico da pesquisa podem ser acessados no site da Freedom House.