sábado, 30 de junho de 2007

Fechou.

O site Nomínimo foi enterrado na sexta, dia 29, depois de cinco anos no ar. Os problemas começaram quando a Brasil Telecom, patrocinadora exclusiva, decidiu não renovar o contrato de patrocínio.

Embora o site tivesse 150 mil usuários cadastrados e mais de três milhões de visitantes, nenhuma empresa arriscou patrociná-lo. O Unibanco e o Grupo Estado, de acordo com o Comunique-se, chegaram a cogitar cotas de patrocínio para o site, mas por enquanto nada indica que tenha dado certo.

Essa é a segunda "morte" do site. O No. (Notícia e opinião ponto) foi o antecessor do Nomínimo, quando os negócios na Internet estavam em alta e milhares de portais foram lançados. O fim do No. veio com o fim dos milhares de dólares e reais injetados nos novos negócios, cujo retorno não satisfazia os investidores. Foi o estouro da bolha especulativa.

Quem sabe o Nomínimo reaparece, talvez como Quaseínfimo...

terça-feira, 26 de junho de 2007

24 horas blogando...

Três blogs pretendem fazer uma maratona no dia 1º de julho. Os blogs participantes são Tecnocracia, CelsoJunior e Doufer. A informação foi dada pelo Blogblogs, espécie de guia de blogs, no qual o E daí? está cadastrado a poucos dias.

Cada blog irá publicar, no mínimo, um artigo por hora. Assunto não vai faltar, mas passar esse tempo todo ligado na net não será fácil.

Rasgando a própria seda - partes 2 e 3

Parte 2
Parte 3

Advogados para cuidar das "crianças"

O jornalista Renato Lombardi informou, na edição de hoje do Cultura Noite, que cada um dos cinco envolvidos na agressão contra Sirley Carvalho possuem 3 advogados. Informou ainda que a defesa deve argumentar que eles possuem endereço fixo e são primários (não tiveram antecedentes criminais) e por isso devem aguardar o julgamento em liberdade.

Sirley foi espancada enquanto esperava um ônibus na madrugada de sábado (23) na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro.

Todos os acusados são moradores da Barra e a maioria são universitários, inclusive um faz Direito. Como ainda cursam faculdade, nenhum deles pôde ter cela especial.

Com 3 advogados acredito que agora cada uma das "crianças" serão bem cuidadas...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Uma reclamação fatal

Depois de ficar internado na UTI por uma semana, o aposentado José Sérgio Fontes, 57 anos, teve morte cerebral nesta segunda em Salvador-BA.

José Sérgio foi agredido por um policial civil em Salvador, depois de reclamar que o policial furou a fila de um caixa eletrônico.

O policial deu um soco no aposentado, que caiu no chão e bateu a cabeça, sofrendo traumatismo craniano.

Nem sei o que falar sobre isso...

Não é justo manter crianças presas... Crianças?

Hoje saí para almoçar um pouco mais tarde e como de praxe fui comer no restaurante próximo ao meu trabalho. A TV do restaurante estava sintonizada na Globo, como de costume, e o Jornal Hoje apresentava a notícia da prisão de três jovens acusados de espancar uma mulher na madrugada de sábado no Rio de Janeiro.

A emprega doméstica Sirley Dias de Carvalho Pinto, 32 anos, esperava pelo ônibus em frente a um condomínio no bairro nobre da Barra da Tijuca. Cinco jovens espancaram a mulher e depois roubaram a bolsa, deixando a vítima com diversos ferimentos principalmente na cabeça. Na delegacia eles tentaram justificar a agressão afirmando que pensaram que Sirley era prostituta.

Durante o dia de hoje outro acusado foi preso. Ele é estudante de direito.

Um dos pais, na edição do Jornal Nacional, disse: “Eu queria dizer pra sociedade que nós, pais, não temos culpa disso. Eles cometeram erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presas”.

Hummmm, então tá. Os rapazes apenas espancaram uma mulher sozinha pensando que fosse uma prostituta. E ainda roubaram a bolsa dela, mas e daí? Eles estudam, trabalham...

Rasgando a própria seda - parte 1

Como prometido, aqui está a primeira parte da reportagem do programa Domingo Espetacular sobre a própria TV Record. O vídeo está hospedado no Youtube.

A caminho da liderança

O programa Domingo Espetacular de ontem exibiu uma reportagem de 25 minutos (isso mesmo, 25 minutos) sobre a própria TV Record. Pela chamada do programa parecia ser uma reportagem sobre o RecNov, o conjunto de estúdios para a produção de novelas que a emissora construiu no Rio de Janeiro. No entanto, o que se viu foi auto-promoção em todos os sentidos.

Parecia até reportagem especial de aniversário, mas não era. Talvez fosse uma comemoração pela vice-liderança em novelas, mas nada justifica tanto tempo para falar de si mesma.

Apesar de se apresentar como opção ao padrão Globo, a Record segue exatamente a mesma receita da rival. O RecNov caminha para ter o mesmo tamanho do Projac em número de estúdios, as maiores "estrelas" foram formadas ou tiveram ascensão na emissora dos Marinho e o próprio Domingo Espetacular é uma cópia do Fantástico.

Em breve a reportagem estará aqui para ser assistida e comentada :-)

domingo, 24 de junho de 2007

A cobertura política das eleições 2006

O Doxa, Laboratório de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública, divulgou a análise da cobertura política das eleições presidenciais de 2006. Foram analisados os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e O Globo. E aquilo que era impressão ganhou a comprovação científica: as menções ao presidente e ao candidato Lula eram negativas na maioria das vezes em que ele era citado, em todos os jornais.

A Carta Capital desta semana publicou reportagem sobre a pesquisa, disponível apenas na edição impressa.

sábado, 23 de junho de 2007

Sobre a Universidade pública

Já que eu falei em ouvir o outro lado, o vídeo abaixo traz o depoimento de diversas pessoas que de uma forma ou de outra se relacionam com uma universidade pública. Neste caso é a Universidade Estadual Paulista, Unesp, e foi realizado em 2001. Se não fossem os créditos, poderia dizer que ele foi gravado ontem...

O outro lado

Uma das premissas (ou seria mito?) do Jornalismo é ouvir os dois lados envolvidos. No mínimo dois, afinal dependendo do assunto a complexidade envolve diversos pontos de vista.

Hoje encontrei um vídeo no Youtube com o "outro lado" da manifestação dos estudantes, professores e funcionários das universidades públicas paulista do dia 31 de maio. O vídeo foi realizado pelo Greve não é férias, da Unesp Bauru.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Haja pasto

O grupo JBS, detentor de frigoríficos e marcas como Bordon, Friboi e Swift, adquiriu a Swift dos Estados Unidos. A operação brasileira da Swift já estava sob controle do JBS.

Na segunda passada (30 de maio), o JBS pagou US$ 1,4 bilhão pela empresa americana. O negócio deve ser concluído até julho. Com a fusão entre as empresas, o Brasil passa sediar a maior companhia de carnes do mundo. É literalmente a maior empresa carnívora do planeta. Sozinha já processava 22.600 bovinos por dia. Haja pasto para tanto boi...

A empresa começou em Anápolis (GO) na década de 50, comprando e revendendo bois para frigoríficos e desde março de 2007 é uma empresa com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

[R]evolução energética

A revista Le Monde diplomatique, a Diplo, publicou extensa reportagem sobre fontes alternativas de energia com base em relatório do Greenpeace. Uma das sugestões propostas pela organização é "repensar e modificar profundamente os hábitos de consumo e distribuição de energia, de modo que, sem abrir mão do bem-estar, as sociedades abandonem as posturas de alienação, ignorância e prepotência nas relações com a natureza e consigo mesmas."

Para ler a reportagem na íntegra, acesse: http://diplo.uol.com.br/2007-04,a1559

domingo, 3 de junho de 2007

No meio do caminho tinha uma pedra...

Diante do aumento da adesão à greve e do tamanho da mobilização entre estudantes, professores e funcionários das universidades estaduais paulistas, José Serra resolveu partir para a disseminação da discórdia.

"Para Serra, alunos deveriam cobrar saída da reitoria
O governador de São Paulo, José Serra, afirmou que a invasão à reitoria da Universidade de São Paulo, que completou um mês neste domingo, é "um enorme desrespeito á autonomia universitária". Serra diz que os demais estudantes da universidade devem "cobrar dos invasores a desocupação da reitoria e o funcionamento normal da universidade". A declarações foram dadas ao jornal O Estado de S.Paulo, que circula neste domingo." (Portal Terra)


José Serra sabe que há estudantes contrários à manifestação e tenta se aproveitar da situação. Na sexta o portal G1 publicava matéria informando que os alunos estariam divididos. Mesmo que a reitoria seja desocupada, os professores e funcionários da USP estão em greve. Portanto a universidade não voltaria a funcionar normalmente.

Pelo visto o governador está ficando sem alternativas. Desde o dia 16 de maio a justiça concedeu mandato de reintegração de posse. Serra não será (ou seria?) louco de mandar a tropa de choque da PM cumprir o mandato. O governo já tentou usar do terrorismo psicólogico, uma vez que a PM poderia chegar na Cidade Universitária a qualquer tempo. Não deu certo.

Usar a PM para a retirada dos estudantes seria um desgaste de imagem maior que o buraco do metrô. O motivo é simples: tropa de choque e manifestantes é uma mistura explosiva, da qual dificilmente não haverá agressões. Ver estudantes sendo retirados da universidade através da repressão policial seria relembrar a ditadura. E agora, José?

30 dias de ocupação

A ocupação da reitoria da USP completa 30 dias neste domingo. E a paralisação das atividades no campus da Unesp em Bauru completam 1 semana amanhã.

Os estudantes da Unesp Bauru, assim como os da USP, fizeram um blog para informar sobre o movimento e trazer dados que normalmente a mídia prefere não informar...

sábado, 2 de junho de 2007

Análise

RCTV fora do ar: um dia histórico para a humanidade
Marcelo Salles - Fazendo Media 01.06.2007

Com a RCTV, cai também boa parte da credibilidade das corporações de mídia em todo o mundo. Seja a CNN, que falsificou imagens de protestos; sejam as agências de notícias ligadas a Washington ou as emissoras privadas da América Latina, que apoiaram o golpe na Venezuela em 2002. No Brasil, o ímpeto contra Hugo Chávez já coleciona distorções, meias verdades e mentiras inteiras.

Por exemplo, a primeira página da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (30) registra que a concessão da RCTV foi "cassada" por Hugo Chávez. Não é verdade. A concessão terminou e não foi renovada; ela não foi cassada. A TV Globo, por sua vez, em praticamente todos os seus telejornais dá a entender que o governo venezuelano fechou a emissora arbitrariamente, comprometendo a liberdade de imprensa e a democracia.

Os demais veículos corporativos seguem pelo mesmo caminho. Com alguma dificuldade, assumem que houve um golpe de Estado contra Chávez, em abril de 2002. Mas, do jeito que noticiam, fica parecendo que o golpe surgiu por geração espontânea. Não apontam responsáveis, embora os conheçam. Não revelam a participação da CIA, embora existam provas fartas. Não oferecem, sequer, a versão do outro lado, conforme ensinam seus próprios manuais de redação. Jamais divulgam que a não renovação de uma concessão de radiodifusão está amplamente respaldada pela Constituição da Venezuela que, assim como a brasileira, afirma que o espectro radioelétrico é um bem público, concedido a entes privados durante um tempo pré-determinado. Quem não cumpre a lei, como foi o caso da RCTV lá e é o caso de todas as emissoras privadas aqui, perde o direito sobre este bem público.

Naquela sexta-feira, 11 de abril de 2002, Arnaldo Jabor comemorou o golpe contra Chávez atirando bananas para o alto, em seu comentário para o Jornal Nacional. A revista Veja também ficou satisfeita: "cai o presidente falastrão", disse sua edição daquele final de semana.

Mas o que está por trás da atual campanha contra Hugo Chávez não é nem o presidente venezuelano em si. É também, mas vai além dele. Atravessa-o. O que está em jogo é o controle de um bem público que confere um poder nunca antes sonhado pelas elites. Hoje, na Era da Informação, o poder de produzir e transmitir imagens e palavras é a premissa básica para se alcançar todas as riquezas imagináveis.

A íntegra do artigo está no site do Observatório do Direito à Comunicação.

A diferença entre fechar e tirar do ar

A RCTV (Radio Caracas Televisión) não foi fechada pelo governo venezuelano, tampouco era proprietária do canal 2. Uma emissora de tv recebe do Estado a permissão para utilizar os canais disponíveis, obtém uma concessão pública.

Fora do ar desde domingo passado, a RCTV continua produzindo o telejornal "El Observador". São três edições diárias, e pelo Youtube é possível assistí-las. Em acordo com a tv colombiana Caracol, o "El Observador" é transmitido também para a Colômbia.

Abaixo está a edição do dia 28, a primeira desde que o canal deixou de ser transmitido em sinal aberto.