quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Não reclame com o Bispo...

Essa semana vivi duas situações no guichê de caixa do banco onde estou trabalhando, que gostaria de compartilhar com vocês.

Situação UM
O cliente, todo vestido de branco, chega no guichê para pagar dois boletos (títulos de cobrança, bloqueto, aquilo tem vários nomes...). Um dos boletos era a anuidade do Conselho Regional de Fisioterapia e deduzi que ele era um médico.

Ele não trazia cheque ou dinheiro, queria pagar os boletos debitando os valores da sua conta-corrente e me deu o cartão. Nenhum dos boletos estavam vencidos, portanto ele poderia ter pago no caixa eletronico, na internet, nas casas lotérias, pela central de atendimento por telefone (e nem pagaria a ligação, pois é 0800). Porém preferiu ir até a agência, passar pela porta-giratória amaldiçoada por barrar telefones celulares e pegar a fila para pagar seus boletos. Tudo bem, ele tem todo o direito de querer pagar os boletos no caixa e eu fiz o meu serviço.

Depois de efetuar os pagamentos e devolver o cartão ao cliente, ele me pergunta:

- Vocês estão recebendo o IPVA?

Respondi que sim, no entanto no guichê não era possível receber apenas com o código do Renavam, era preciso utilizar os caixas eletrônicos, a internet, o telefone, as lotéricas, mas no guichê não era possível. E realmente não é possível, o sistema utilizado não possui opção para o recebimento do IPVA com o código do Renavam, só é possível receber guias com código de barras e o papel enviado para os donos de carros não possui código de barras.

O cliente retruca:

- Mesmo depois da denúncia?

Ele se referia a uma matéria no jornal, na qual a reportagem "denunciava" a recusa dos caixas em receber o IPVA. Eu não li a matéria e sabia do assunto por alto porque alguém comentou. O cliente começou a esbravejar, dizendo que aquilo era errado, etc etc e foi embora resmungando. Detalhe: ele não foi pagar o IPVA! Ele já tinha pago...

Pergunto: eu fiz o sistema não receber com Renavam? Fui o responsável pelo aviso colado na porta da agência informando que só é possível receber pelos caixas eletrônicos?

Eu sequer sugeri que ele usasse os meios eletrônicos para o pagamentos dos boletos, coisa que nós somos instruídos a fazer para que não haja muitos clientes nas filas dos caixas. Todos os bancos, sem exceção, cortaram drasticamente o número de caixas e a tendência é extinguir a função. Há quem prefira pagar suas contas no caixa para fugir da CPMF, pois a pessoa está com o dinheiro em mãos ou recebeu algum cheque de outra pessoa e aproveita para pagar as contas.

O cliente em questão pagou CPMF porque foi preciso efetuar o saque da conta para que os boletos fossem pagos, portanto ele não teve nenhum benefício ou vantagem em ir até o banco e reclamar o não recebimento do IPVA através do caixa. Se ele estava estressado, solitário, deprimido ou qualquer problema psicológico, procurasse um psicólogo, terapeuta, psicanalista, pois eu sou caixa e não estou ali para resolver esse tipo de problema.

Quer reclamar? Ligue na ouvidoria, faça uma denúncia no Banco Central. Eu não posso fazer absolutamente nada. Além do mais, a própria Secretaria da Fazenda recomenda o pagamento através da internet, caixa eletrônico e lotéricas... O ditado popular "Vá reclamar com o Bispo!" não funciona para esses casos...

Situação DOIS
Um jornalista aparece para pagar um boleto vencido. Quem emitiu o boleto determinou que ele não seja pago após 60 dias da data de vencimento. Se o emitente do título diz que o mesmo não pode ser pago depois de 60 dias de vencido, nenhum caixa pode receber. O boleto do jornalista estava vencido a 61 dias. Ao ser informado pela caixa (presenciei a cena), o diretor executivo de uma emissora de tv (o jornalista em questão) começou a falar alto, indignado com a recusa. Alegou que o mês passado já tinha pago um título vencido. A caixa tentou explicar que com 61 dias não era possível receber. Ele então pagou a parcela seguinte e foi embora sem ao menos responder o obrigado da moça.

Pergunto: quem atrasou o pagamento? precisava esperar 61 dias para pagar? ele conseguiu o dinheiro para pagar de um dia para outro e por isso não conseguiu pagar antes de completar os 60 dias? a moça do caixa foi a responsável pela emissão do boleto? ela foi a responsável pela instrução proibindo o recebimento após 60 dias?

O fato dele ser jornalista, diretor executivo de uma emissora, apresentar programas de tv, não o qualifica para desrespeitar uma pessoa que está no exercício de uma profissão, tampouco significa que ele possa ser mau educado e falar alto tentando impor respeito, ainda mais em relação a uma mulher grávida (a caixa está grávida de 5 meses). Só faltou o famoso: você sabe com quem está falando?

Por essas e outras eu peço: não seja ignorante. O fato de ocupar uma posição mais alta que o outro não o habilita a pisar em outras pessoas.

Reclame com o responsável, utilize os canais criados para isso, procure o Procon, agências de fiscalização. Conheça seus direitos, tenha argumentos. Não faça escandalos, "shows", não precisa subir o tom de voz. Quem está na sua frente é tão ser-humano quanto você, passível de errar e merecedora de respeito.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Alvo?

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) divulgou nesta terça o número de jornalistas mortos no ano de 2006: foram assassinados 155 profissionais, sendo 37 mortes na América Latina. O maior índice de mortes é o do Iraque, com 69 jornalistas mortos.

Para a Federação, a maioria das empresas não adota medidas necessárias para diminuir os acidentes:
Ano de 2006 foi o "mais sangrento" da história do jornalismo, diz IFJ

Os jornalistas sempre foram alvo. No Oriente Médio, os repórteres foram transformados em moeda de troca por grupos que lutam pela causa palestina e islâmica. Na América Latina (isso inclui o Brasil), repórteres nunca foram bem vistos por governantes, empresários e fazendeiros corruptos, temerosos por serem denunciados.

domingo, 7 de janeiro de 2007

O mundo é uma cabeça

Recife, PE. Clique sobre a foto para ampliarO documentário "O mundo é uma cabeça", de Bidu Queiroz e Cláudio Barroso mostra a história do Manguebeat, movimento surgido em Pernambuco na década de 90. O movimento colocou o mangue, o caranguejo e a cultura popular em evidência.

Recife poderia ser considerada a capital do manguebeat e é Recife quem ilustra esse post. A foto é a vista parcial do Rio Capibaribe. Assista o documentário clicando aqui.

O documentário está arquivado no site Porta Curtas.

sábado, 6 de janeiro de 2007

A nova cor do verão

Todos os anos é a mesma coisa: reportagens sobre moda indicam as tendências da estação e sempre aparece a famosa cor do verão, aquela cor básica que não pode faltar no seu guarda-roupa.

A nova cor do verão paulista, pelo menos no bronzeado, é o verde. Com tanta chuva, todo mundo já está verde de mofo, bolor, umidade...

Sol, praia e calor só nas propagandas de cerveja...

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

No Estúdio

O programa No Estúdio foi gravado para a disciplina de Telejornalismo II. Em virtude do Youtube limitar o tempo dos vídeos, os blocos do programa estão separados. A ficha técnica do programa é a seguinte:

Trabalho dos alunos Gustavo D'Avila, Priscila Gonçalves, Samanta Dias e Sérgio Vieira
Cinegrafistas: Alan Angeluci, Juliano Dib e Sérgio Vieira
Operacional: Thiago Fraccarolli
Edição: Thiago Fraccarolli, Dennis Yoshida, Gustavo D'Avila
Profª Responsável: Profª Ms. Maria Helena Gamas

Assista ao primeiro bloco:

Segundo bloco