sábado, 8 de setembro de 2007

Tecnobrega dribla as gravadoras

Você já ouviu tecnobrega? O fenômeno da música paraense já foi tema de artigo na Folha de São Paulo em 2003, escrito pelo antropólogo Hermano Vianna. Porém, como eu não leio a Folha, fiquei surpreso em saber como os paraenses estão driblando a indústria fonográfica e criando um mercado musical próprio.

Abaixo, reproduzo uma reportagem do jornal Miami Herald publicado em português no site Cultura Livre:



Miami Herald: Brasil alia música e tecnologia em novos modelos de negócios
No Brasil, artistas se unem à rede informal

Fãs do tecnobrega, em vez de serem ameaçados por gigantes da mídia, são encorajados a copiar músicas e postá-las em sites de compartilhamento de arquivos

Por Jack Chang

Em Belém, Brasil, na borda direita da floresta amazônica, milhares de jovens se reúnem todo final de semana para festejar ao som de uma música que rapidamente se transformou na trilha sonora da selva.

DJs espalham no ar o som conhecido como tecnobrega em festas cheias de lasers e telas gigantes, enquanto os cantores de tecnobrega fazem ecoar seus hits mais recentes com a potente ajuda vocal de legiões de fãs.

Esta é uma cena familiar para os fãs do pop ao redor do mundo, mas o diferencial do tecnobrega – e o que inspirou muitos a chamarem-no o futuro da indústria da música mundial – é que o fenômeno se deu sem a interferência de gravadoras, promotores de shows nem nada que remeta à indústria da música tradicional.

Enquanto gigantes da mídia gastam milhões no combate à pirataria, as bandas de tecnobrega gravam suas músicas em estúdios caseiros e enviam-nas diretamente aos copiadores, que queimam centenas de cópias e as vendem em bancas nas calçadas, lado a lado com cópias ilegais dos mais recentes sucessos Hollywoodianos.

Os fãs, em vez de serem processados pelo compartilhamento de música entre si, são incentivados a copiar e postar as canções em websites de compartilhamento de arquivos digitais, de onde milhões de pessoas ao redor do mundo podem baixá-las.

Nesse ambiente de liberação, os músicos lucram somente de seus elaborados shows ao vivo, que são promovidos através da cessão de álbuns.

O que está vindo

A cantora Gabi Amarantos, uma das principais estrelas, diz que o tecnobrega é um sinal do que acontecerá ao redor do mundo. Assim como a Banda Calypso, de Belém, a banda Tecno Show, de Amarantos, se tornou nacionalmente conhecida contando somente com a força da venda das cópias nas ruas.

“Não há como deter a pirataria, então estamos aproveitando o cenário que emergiu em Belém, que é um sistema extremamente ágil para distribuição de música, através dos piratas”, disse Amarantos.

“Aqui, nós não temos gravadoras. Na realidade, não temos nada além de selva e pirataria. O que significa que nós, músicos, tivemos de ser criativos”.

A pirataria, abastecida pela facilidade e baixo custo da cópia de CDs e pelo compartilhamento de arquivos na internet, equivale a praticamente toda a música vendida em países como Paraguai e Bolívia, de acordo com a associação da indústria fonográfica IFPI, que também listou o Brasil como uma nação prioritária na sua luta contra a pirataria.

A tendência é global. CDs pirateados contabilizam 37 por cento de todos os álbuns comprados no mundo, de acordo com a IFPI. Como resultado, gigantes da mídia têm acompanhado a queda nas vendas, mesmo nos Estados Unidos.

A parceria em Belém entre músicos, copiadores e DJs poderia ser um novo modelo, afirmou Ronaldo Lemos, professor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Lemos, que estudou o movimento do tecnobrega, descobriu que os músicos ganham cerca de US$ 850 por mês – aproximadamente cinco vezes o salário mínimo brasileiro – a partir de sua música, sendo que 88 por cento deles sem contato algum com gravadoras e selos.

Camelôs, músicos e aparelhagens (sound systems) em Belém ganham uma estimativa de US$ 5 milhões por mês vendendo CDs de tecnobrega, DVDs e ingressos de shows, de acordo com Lemos.

“As pessoas costumam dizer que, se não há proteção à propriedade intelectual, não há incentivo à criatividade,” diz Lemos. “Mas, no caso do tecnobrega, a criatividade se multiplica sem quaisquer proteções”.

Para a fã do tecnobrega Carla Pantoja, a chave é a economia. Com a venda de CDs legais no Brasil a cerca de US$ 15 cada, o que corresponde ao salário de um dia de trabalho para muitos em Belém, a música pirateada é a única alternativa possível para a maioria das pessoas, afirma Pantoja. Nas ruas, os CDs podem custar até US$ 0,50 cada.

Ela diz ainda que a pirataria é também uma maneira rápida para que fãs como ela esteja sempre a par das tendências e hits do tecnobrega, no qual as músicas podem passear do estilo grunge ao disco em questão de um ou dois dias.

“Às vezes, a música está sendo vendida nas ruas no mesmo dia em que é gravada,” afirma a jovem de 26 anos. “E, às vezes, na hora em que está sendo vendida nas ruas, já ficou fora de moda”.

A forte tendência a mudanças súbitas joga cantores e aparelhagens de DJs em um constante desafio de reinventarem-se e manterem a atração de seu público, perseguição familiar às companhias de mídia norte-americanas e suas tentativas de manterem-se no topo dos novos e virtuais tempos.

Os cantores sonharam com uma avalanche de ramificações do tecnobrega, com nomes como cibertecnobrega e brega melody, para citar as mais recentes. O tecnobrega em si é uma versão de batidas mais pesadas do brega, estilo musical que teve início em Belém nos anos 1970 inspirado no rock norte-americano.

Grandes produções

Esse cenário também vem servindo de impulso para os produtores de shows de tecnobrega, que tiveram de se manter atualizados comprando dezenas de milhares de dólares em novos raios lasers, caixas de som e telas gigantes a cada poucos meses e promovendo festas gigantescas de lançamento para cada novo equipamento.

A gravação ao vivo das festas, vendida por copiadores, tornou-se a principal maneira de os principais cantores do tecnobrega serem escutados.

Recentemente, DJs se reuniram em uma enorme batalha musical e tecnológica, com naves espaciais e efeitos com canhões lançando lasers e névoa sobre a aglomeração de jovens.
Erick Santos, a cuja família pertence uma aparelhagem chamada O Poderoso Rubi, a Espaçonave do Som, diz lembrar de épocas mais simples, mais de cinco décadas atrás, quando seu pai abriu o negócio somente com um tocador de discos e um megafone.

Agora, embora tenha comprado três caminhões cheios de telas de vídeo e luzes, Santos tem visto seu público preferir outras aparelhagens com equipamentos mais resplandescentes.
“É este o futuro da música?”, perguntou Santos em uma note recente, enquanto o tecnobrega punha em transe o público em uma de suas festas. “Eu acho que sim. E, gostem ou não gostem, ninguém será capaz de impedir”.

6 comentários:

Anônimo disse...

Receita para se tornar um famoso "Dj" de aparelhagem

Para se tornar um ídolo de tecno brega não precisa muito:

Ingredientes:

* 1. Um computador minimamente decente para programar tudo com samples pré-definidos tudo pirats;
* 2. Um teclado canalha;
* 3. Um caboco(a) que não saiba cantar, de preferência com o já comentado cabelo mostarda;
* 4. Pega-se uma letra semelhante às ambíguas de funk carioca ou uma que relate um amor caboco não correspondido;
* 5. Ter menos de um metro e meio de altura, ser gordo e ter a cabeça oca;

Bata tudo e pronto, está criado o hit do momento, que irá impregnar jovens mentes cabocas, perverter mães de família e indignar senhoras (não-cabocas, claro). Correm também boatos pela cidade de que o estilo seria uma das criações de Jáder Barbalho e seus sobrinhos (alguns distantes), em uma de suas tentativas de conquistar o mundo, depois que Pink e o Cérebro o abandonaram.

(A parceria em Belém entre músicos, copiadores e DJs poderia ser um novo modelo, afirmou Ronaldo Lemos, professor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Lemos, que estudou o movimento do tecnobrega, descobriu que os músicos ganham cerca de US$ 850 por mês – aproximadamente cinco vezes o salário mínimo brasileiro – a partir de sua música, sendo que 88 por cento deles sem contato algum com gravadoras e selos.)

hahahha ,isso deve ser piada
músico ganhado grana em belém?

tecno-merda.

parem de enganar o público paraense

Portanto, chega a hora de reagir. Vamos dar valor a música bem feita, por gente que sabe tocar os seus instrumentos, sejam quais forem, e aos cantores de vocais trabalhados, as letras de música que procuram passar uma mensagem contrutiva. Chega de ser manipulado, povo brasileiro. Vamos começar nossa virada pelo lado cultural. Chega de subdesenvolvimento.

Se você é a favor de acabar com essas porcarias
deixe seu recado.

veja como eles são , todas as músicas para apelhagens

tem que ter um pith , aí você pergunta porque?

na realidade sem este pith (batida) eles se perdem e não podem mix duas músicas com pith diferentes .

Por estas razãoes que as músiscas de aparelhagens se parecem uma com as outras.

não seja enganado , é você que paga a boa vidas que eles

tem.

Já reparou como as musicas de djs parecem ter sempre o mesmo ritmo?

Você já reparou que as letras e melodia são simplórias e subestimam a capacidade de quem ouve?

Já reparou na voz dos cantores que alías, se fossem cantar outro gênero morreriam de fome…

Não precisa nem saber tocar pra tocar tecnobregas, com 2 ou 3 acordes vc engana a audiência, e se você tiver umas mulheres gostosas que rebolem bastante, o público masculino nem vai ouvir a música.

Sem falar no conluio das gravadoras de fundo de quintal com uma rede de televisão para empurrar goela a baixo do povo paraense, histórica massa de manobra, esses sons descartáveis, que daqui a uns anos ninguém vai lembrar de tão fúteis.

AS músicas são tão pobres que eles mesmo editam as mesmas
melodias mudando apenas as poucas letras, pronto já tem
outra merda de novo.

agora eles cobram a entrada a r$10,00 e a cevejas A PREÇO DE CÚSTO R$1,45
1000 PESSOAS A r$10,00=R$10.000,00 CUSTO DESTAS PORCARIAS .
é mole.

Anônimo disse...

quem fez esse comentário aí d cima, eu acho q tem uma inveja danada...

tu naum sabe oq é uma curtição mano...

vlw!

aoseualcance disse...

nazi eh foda neh

Anônimo disse...

tu deve ser um desse que quando acaba
essas porcarias vem no arrastão roubando os outro ,né curtição.
Alias a curtição de vcs é roubar
celular e fumar maconha vai trabalhar
vagabudo.

Anônimo disse...

Concordo com o primeiro comentário
Sou paraense, mas tenho vergonha desta bosta que fazem aqui e ainda têm a coragem de dizer que é música!
TECNO-MERDA!
TECNO-MERDA!
TECNO-MERDA!
............

Anônimo disse...

Concordo!
Esses cara que se dizem artistas são os "químicos", que, por falta de criatividade pegam as músicas dos outros e as transformam em tecno-merda!
Agora nem as músicas evangélicas escaparam, como por exemplo as interpretadas por grandes nomes da musica gospel como:
Lázaro, Regis Danesi entre outros.
Espero que eles peguem um bom processo por isso!