terça-feira, 8 de abril de 2008

Dengue 10 X 0 Cidadania

O Jornal da Cidade (JC) de Bauru publicou hoje (08/04) reportagem sobre os "absurdos" encontrados pelos agentes de saúde do município durante os trabalhos de combate contra a Dengue.

Entre os casos relatados pelos agentes há o de uma pessoa que criava as larvas do Aedes Aegypti dentro de um aquário para usar como alimentação dos peixes. O "criador de mosquitos" é morador de um dos bairros nobres da cidade.

Outro aspecto revelado pelos agentes é sobre a postura de pessoas com nível superior e moradores das regiões ricas da cidade. Em geral, essas pessoas são as que menos colaboram e em muitos casos impedem o trabalho dos agentes. São médicos, advogados, dentistas e pessoas com formação de nível superior.

No dia 25 de março o diretor da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, coronel Souza Filho, disse que os moradores das favelas são os que mais contribuem e se envolvem nos trabalhos de combate ao mosquito.

Estas constatações são uma amostra do quanto a atitude das pessoas é egoísta e irresponsável. Isso para não dizer que é de uma ignorância completa o sujeito acreditar que pelo fato de ser médico, advogado ou qualquer outra coisa, o impeça de colaborar com o trabalho realizado pelos agentes públicos.

Ou será que essas pessoas acreditam que o mosquito só aparece em pneus abandonados e garrafas jogadas em terrenos baldios? O mosquito não escolhe lugar pelo nível socioeconômico e tampouco os muros dos condomínios são capazes de impedir sua proliferação em piscinas e playgrounds.

Concordo que haja falha dos governos federal, estaduais e municipais. Porém, a prevenção não depende apenas deles. Diálogo, conscientização, engajamento, fazer a sua parte poderia mudar as manchetes dos jornais.

O que me deixa tranquilo é que em breve alguém terá a brilhante idéia de inventar o condomínio anti-dengue: cercas elétricas capazes de eletrocutar o menor mosquito que ouse a ultrapassar os muros do empreendimento...

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