segunda-feira, 28 de abril de 2008

E os transgênicos?

A alta dos preços dos alimentos está ocupando o noticiário nas últimas semanas, principalmente porque pessoas "influentes" como Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e Condoleezza Rice, secretária de Estado dos Estados Unidos, disseram que os biocombustíveis são um dos responsáveis pelo aumento dos preços no mercado mundial.

Logo que as primeiras críticas foram feitas aos biocombustíveis, o governo brasileiro correu para demonstrar que o "nosso" álcool e o biodiesel não tem nada a ver com isso. A mídia aproveitou para fazer o mesmo, afinal a "tecnologia brasileira" dos carros flexíveis e a descoberta de novos campos de petróleo podem transformar o país em "uma potência energética".

No entanto, tenho visto poucas críticas em relação aos transgênicos. Relatório da Organização das Nações Unidas indicam que as técnicas agrícolas precisam mudar e o plantio de sementes transgênicas deve ser proibido.

O principal argumento utilizado para defender as sementes geneticamente modificadas era aumentar a produção de alimentos e assim acabar com a fome. E agora? Como a Monsanto e a Bayer, vão justificar a necessidade de plantio de suas sementes?

A Romênia, um dos principais produtores de milho da Europa, decidiu abolir as plantações que utilizavam um tipo de semente da Monsanto. O milho é a única cultura comercial que utiliza sementes transgênicas no continente europeu.

O jogo de interesses envolvido nessa discussão envolve bilhões de dólares e a vida dos habitantes do planeta. Quem tem razão? Quais as causas para o aumento no preço dos alimentos? Quem vai conseguir pagar a conta? E mais: cadê a responsabilidade socioambiental?

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá gustavo, tudo bem?

Uma coisa que precisa ser dita (e ninguém diz) a respeito dessa crise é que não é uma crise de falta de alimentos, mas de distribuição (os preços). Em outras palavras, existe alimento pra todo mundo, só que não é todo mundo que pode pagar.
Obviamente os transgênicos pioram a situação, pois colocam o controle da distribuição de alimentos nas mãos de meia dúzia de empresas de sementes modificadas geneticamente.

Quanto ao motivo para ninguém falar sobre isso pode ser resumido em uma palavra: lobby.

abs
Bruno

Unknown disse...

Oi Bruno,

Você tem toda razão. A questão sobre a distribuição é muito grave e o lobby muito poderoso.

Obrigado pelo comentário!
Abraços,
Gustavo