terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Somos todos ladrões?

Hoje de manhã, durante o caminho para o trabalho, estava lendo o livro "A gente se acostuma a tudo", de João Ubaldo Ribeiro. O livro é uma coletânea de crônicas publicadas entre 1999 e 2006 nos jornais O Globo e O Estado de São Paulo.

Uma das crônicas tem o provocativo título "Nós somos mesmo é um bando de ladrões". Nela, João Ubaldo aborda a roubalheira existente nos diversos segmentos da nossa sociedade, desde o roubo de dinheiro público por parte de deputados, vereadores, governadores até o dinheiro privado, através das falcatruas praticadas pelos funcionários das empresas.

A crônica está disponível no blog de Pedro Laurentino, e os argumentos de João Ubaldo são bem parecidos com os meus. No entanto, algumas horas após a leitura do texto, aconteceu um fato tão provocativo quanto a crônica.

Já relatei aqui alguns apuros com o atendimento no caixa de uma agência bancária. Hoje atendi uma moça que foi pagar o boleto da faculdade. Fiz o pagamento, entreguei o comprovante e o troco e atendi a pessoa seguinte. Depois de voltar do almoço, a surpresa: o troco estava errado, entreguei um valor acima para a moça e ela voltou até a agência para devolver.

Talvez eu tenha contado errado, calculado errado, não sei porque dei dinheiro a mais a ela. O fato é que ela voltou para a agência só para devolver o dinheiro. Diante disso, pergunto: somos todos ladrões? Foi uma exceção? Ou os ladrões são as exceções?

Algumas pessoas dirão que milagres acontecem...

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