domingo, 27 de maio de 2007

E se fosse a Globo?

O fim da concessão da emissora de tv privada mais antiga e de maior audiência da Venezuela, sob o argumento de que ela participou de um golpe de Estado e "fez muitos danos ao país durante muito tempo: os valores negativos, o bombardeio midiático de violência, o ódio, o racismo, o sexo mal visto e mal entendido, o desrespeito à mulher, aos meninos, às meninas, o desrespeito às muitas manifestações da vida social, aos homossexuais, ao país e ao mundo e às pessoas que tem alguma deficiência", segundo o presidente Hugo Chavez, me fez pensar como seria no Brasil.

Imagine que o governo Lula não renove a concessão da TV Globo. Impossível? Imagine que daqui 5 meses, William Bonner e Fátima Bernardes não dirão "Boa noite". Não teremos Paraíso Tropical, nem Malhação, nada de Jornal Hoje ou Ana Maria Braga. Xuxa estará com Sasha e Angélica e Luciano Huck cuidando do Joaquim, já que nem Video Show ou Caldeirão estarão na telinha...

É mais ou menos isso que está acontecendo na Venezuela. Chavez prometeu não renovar a concessão da RCTV em dezembro do ano passado. Foram 5 meses de uma batalha judicial e midiática, de proporção mundial (pelo menos no mundo ocidental, já que União Européia, Organização dos Repórteres sem fronteiras, Organização dos Estados Americanos se manifestaram contra a decisão).

O mais curioso foi a fala de uma dona de casa para o repórter da BBC: "Por que vão me tirar as minhas novelas? Porque Hugo Chávez quer?", disse enquanto participava de uma manifestação a favor da emissora.

Uma pesquisa apontou que 70% dos venezuelanos são contra o fechamento do canal. Para o diretor da Datanalisis, instituto de pesquisas de opinião, "O que as pessoas dizem é que não vão mais poder assistir a uma telenovela da RCTV, ou ver a Rádio Rochela, que é o programa de humor mais clássico da Venezuela, o ao programa Quem Quer Ser Milionário". Enquanto isso, o índice de aprovação de Chavez é de 64,%.

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